sábado, 20 de fevereiro de 2016

Escola, espaço de inclusão?!

A inclusão que vou falar hoje ainda não é relacionada aos alunos, mas tem a ver com os profissionais que lá trabalha.

Como vamos falar de inclusão educacional, se não conseguimos incluir os trabalhadores da escola sem distinção e/ou preconceito?! Tarefa esta que deveria ser simples e cotidiana, mas para muitas escolas tem sido um desafio enorme.

A escola existe ou pelo menos deveria existir para agregar, somar e evidente, lidar, fomentar o conhecimento. Para isso, precisa estabelecer relações que precisam, por sua vez, estar calçadas, alicerçadas na ÉTICA, no PROFISSIONALISMO.

É inadmissível vermos no espaço educacional tantos conflitos de ordem das relações interpessoais! Conflitos nas escolas deveriam existir apenas entre alunos, porque um pegou a borracha do outro, porque passou na frente da fila... mas entre educadores, jamais.

Ouvimos muitos profissionais da educação reclamando da falta de valorização social que a classe tem passado nas últimas décadas. Mas qual é a nossa parcela de contribuição neste processo?

  • Falar da vida pessoal do colega da escola;
  • Criticar a prática do outro com outras pessoas interna e externa a escola;
  • Formar grupos na escola ou até mesmo em redes sociais para falar mal do outro; (acredite! rs);
  • Desfazer do trabalho do outro sem diálogo ou justificativa louvável;
  • Incitar outros membros da escola a se posicionar contra alguém que é seu desafeto;
Isso são só alguns exemplos, existem muito mais. Que possamos refletir a respeito das nossas práticas e atitudes. Que profissional é este? Que escola é esta? Que classe trabalhadora é esta? Que reconhecimento e respeito queremos, se não conseguimos respeitar o nosso próximo?!

Essas coisas existem porque há quem alimente. Se em determinada escola existe uma pessoa com atitudes parecidas com as descritas acima, basta uma atitude ética de todos os demais profissionais da escola em não dar vazão a estas atitudes, e logo estaremos AJUDANDO esta pessoa a ser um ser humano e profissional melhor. Mas o que ocorre é o inverso, porque ver a desgraça alheia é atrativo, infelizmente!

Professores, coordenadores pedagógicos e diretores, sejamos éticos. Lembremos do nosso proposito profissional e vamos nos ater apenas a isto. Temos tanta coisa para nos preocuparmos no percurso da aprendizagem, falar do outro, denigrir o outro... é sem dúvida uma grande perda de tempo.

Na minha caminhada profissional vejo que o desafio de ensinar e aprender é grandioso. Porque temos muitos aspectos a serem pensados e articulados para que possamos garantir o êxito do nosso proposito. Não podemos nos perder com coisas desnecessárias. 

Na escola precisamos unir forças, pois nada se dá de forma isolada. Mas cada um precisa exercer o seu papel. O sucesso da escola é uma formula simples. Cada um faz o que é de sua competência. Diretor é diretor, líder maior do grupo, precisa se comportar como tal. (se comportar como tal não é gritar, nem desrespeitar a equipe), mas mostrar caminhos, motivar e convencer o grupo disto. Cuida mais dos aspectos administrativos da escola. É evidente que dialogo proximamente com a coordenação para amparar as decisões pedagógicas.
Coordenador Pedagógico é o grande articulador pedagógico da escola. Faz uma ponte entre professores e direção. Fomenta a formação continuada dos professores e o acompanhamento dos mesmos. 
Professores são juntamente com os alunos a alma da escola. É quem de fato faz a educação acontecer.

Se cada um tem claro o seu papel não vejo necessidade de atropelos, competições desnecessárias. Quando coloco aqui que cada um faz o que é de sua competência é pensando no conjunto de ações que a escola precisa desenvolver e otimizar cotidianamente.

É comum vermos diretores descaracterizando o trabalho dos coordenadores pedagógicos. Creio que isso acontece porque estes gestores não tem compreensão do trabalho do coordenador e a sua própria função de gestor na escola.

Precisamos zelar das nossas relações de trabalho. Todos precisamos nos preocupar e nos engajar em ter um ambiente ético, leve e prazeroso para trabalhar.

Outro fator que interfere nas relações internas da escola é a chegada de funcionários novatos. Existem profissionais que já estão há tanto tempo na mesma escola que se sentem "proprietários" de algo que é público. Isso ao meu ver é absurdo. 

Sem dúvida é valoroso a experiência de um mesmo espaço, mas isso não pode e nem deve lhe dar respaldo para desmerecer quem chega. A ESCOLA É PÚBLICA não pertence a nenhum funcionário público que nela esteja, isto precisa estar bem claro.

É comum vermos grupos se reunirem para DEVOLVER funcionário: coordenadores, diretores e professores. Porque eles não aceitam fulano!!!!!

Cuidado com as ações que estamos tendo, isso transparece arrogância,  além da falta de respeito. Por outro lado as Secretarias de Educação em muitos casos tem sido permissiva com tais atitudes, corroborando para que isso continue a acontecer.
 
Estamos no inicio do ano letivo na maioria dos municípios, convido a todos a uma mudança de postura, firme um proposito consigo mesmo que este ano será uma pessoa mais branda, mais ética, mais profissional. Se queremos ser respeitados como profissionais, precisamos nos comportar como tal.

Quem já está na escola precisa ser respeitado, quem chega também. Todos precisam se respeitar. Todo profissional precisa ter o sentimento de pertencimento no seu ambiente de trabalho, mas para isto vai depender muito das relações ali estabelecidas.

Se temos um ambiente que garante a inclusão de todos, temos profissionais mais felizes e engajados com o trabalho. O resultado positivo desta escola sem dúvida estará garantido, porque uma equipe em harmonia, unida alça voos ousados e seguros.

Abraços queridos,

Ananda Lima
ananda.nandinha@hotmail.com
(77) 9-9998-3406
 





5 comentários:

  1. Gostei Ananda! Muitas coisas boas deixam de acontecer na escola porque os profissionais ainda insistem em viver no isolamento. Isso é muito ruim e fere um princípio básico da inclusão que é a colaboração. Bjs!

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    1. Realmente Eliene, o isolamento não condiz com a educação. Paulo Freire já defendia o dialogo para a libertação, acho que se aplica muito bem também ao professor.

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  2. É Ananda... onde se perdeu a ética dentro das escolas não sei... mas esse ranso de mediocridade colocou nessa categoria em níveis baixos. Não somos solidário... perdemos...mas quem sabe consigamos resgastar a dignidade dentro das escolas públicas e privadas desse país.

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    1. Realmente Silvany, o que vemos em muitas escolas são relações cada vez mais fragilizadas. Não basta os desafios da sala de aula, ainda se perde tanto tempo com intrigas e competições desnecessárias.

      Beijos querida!

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