A - Jogos de exercício – Estrutura: Exercício
Os
jogos de exercício correspondem às primeiras manifestações lúdicas da criança,
constituindo a forma inicial de jogo. “Os esquemas motores adquiridos pela
criança prolongam-se em atividades lúdicas, quando a criança, após realizar um
esforço adaptativo, passa a repetir o esquema sem causa ou sentimento de
poderio”.
No
período sensório-motor, o jogo de exercício consiste em rituais ou manipulações
de objetos em função dos desejos e hábitos motores da própria criança.
B – Brincadeira simbólica –
Estrutura: Símbolo
A
segunda categoria de jogos é representada pela brincadeira simbólica, típica do
período pré-operatório.
Corresponde
a brincadeira simbólica a uma das manifestações da função semiótica, que surge
a partir dos anos de idade aproximadamente e que possibilita a representação,
isto é, a evocação por meio de significantes diferenciados (linguagem, imagem
mental, gesto simbólico) de um significado que pode ser um objeto,
acontecimento ou esquema conceitual.
O
Jogo deste período é importante ao desenvolvimento cognitivos afetivos da
criança.
C – Jogo de regras –
Estrutura: Regras
Com
os progressos da socialização da criança e o desenvolvimento de suas estruturas
intelectuais, o jogo egocêntrico é abandonado. O interesse da criança passa a
ser social, havendo necessidade de controle mútuo e de regulamentação. As
obrigações são impostas à criança pelo grupo por intermédio das relações de
reciprocidade e cooperação entre os companheiros.
C.1 - Prática
das regras.
O
primeiro
estágio corresponde aos jogos de exercícios do nível sensório-motor,
denominado’ estágio-motor ou individual’.
O jogo da criança é individual e
dirigido em função de seus desejos e
hábitos motores.
À
medida que a criança recebe as regras do meio e tenta imitá-las o segundo
estágio
se constitui, denominado
“egocêntrico”. O jogo desta fase
pode ser realizado individualmente ou com a presença de companheiros, Piaget
esclarece que já existe, em tal comportamento, um início da regra.
O
terceiro
estágio, o da cooperação nascente, é marcada pela necessidade de
entendimento entre os jogadores. Piaget escolheu arbitrariamente um critério
que destacasse esse entendimento mútuo:
“O Momento em que a criança designa
pela palavra ‘ganhar’ o fato
é, vencer os demais”. Este ganhar significa considerar
o que seus companheiros fizeram. À medida que a criança se esforça para ganhar
dos companheiros, observando as regras, o jogo torna-se social.
O
quarto
estágio que tem início por volta dos 11-12 anos, existe apenas
diferença de grau. Neste último estágio, caracterizado pela codificação das
regras, as partidas são minuciosamente regulamentadas. Todos os jogadores
procuram combinar, prever os casos possíveis que poderiam eventualmente aparecer
no jogo e codificá-los. As crianças
organizam sistematicamente todas as exceções do jogo. Nesse sentido, o
interesse é voltado para a regra em si mesma.
C.2- Consciência da regra
No
primeiro
estágio, Piaget informa que a
regra não e repressiva pelo seguinte motivo: ou a criança segue suas fantasias
simbólicas, ou a regra é motora, não sendo, pois, na realidade, uma obrigação.
È importante lembrar que nesta fase já existe uma “consciência de legalidade”,
dado que alguns acontecimentos físicos (dia, noite, paisagem dos passeios) e
também certo número de regularidades (refeição, sono, asseio) exercem pressões
sobre a criança, pois esta desde que
nasce, já está inserida numa atmosfera de regras.
O
segundo
estágio envolve o estágio egocêntrico e a primeira metade do estágio de
cooperação. A regra nesta fase é
sagrada, o adulto é que a faz e toda modificação é uma forma de transgressão.A
regra coletiva é ainda exterior á criança, por isso é imutável.
O
terceiro
estágio em que a regra é considerada como uma lei que pode ser mudada
de acordo com o consenso geral, constituindo a “regra racional”.
C.3 – Jogo e interação
social
No
período
sensório-motor, Piaget admite que não se pode afirmar com exatidão as
modificações na estrutura mental da criança pela ação da vida social, o que
ocorre porque nesse período não há ainda intercâmbios de pensamento. O jogo
revela-se individual, contudo, no ritual lúdico, a criança já expressa tais
regularidades.
No
período
pré-operatório, novas relações sociais são constituídas por meio da
linguagem e a criança passa a perceber que se referem a obrigações, leis,
ordens que devem se cumpridas.
É
no período
das operações concretas que ocorre um nítido progresso da socialização
da criança. Esta torna-se capaz de cooperar, de coordenar pontos de vista, de
discutir, pois se organiza interiormente e expõe se pensamento ordenado e de
maneira compreensível para aqueles que a ouvem. Os jogos das crianças
testemunham estas transformações, pois, como já foi visto, organizam-se os
jogos coletivos, com regras comuns a que devem obedecer reciprocamente.
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