O Brasil têm em média 27% da população
que não sabe ler e escrever. É um dado preocupante, especialmente porque
grandes evoluções aconteceram em outras áreas da sociedade, e justamente a
Educação onde deveria ter acesso aos primeiros mecanismos inovadores, como
também uma atenção de investimentos e acompanhamentos preferências, ocorre
justamente o contrário.
A exclusão de jovens e adultos do
sistema educacional reafirma a incompetência da escola em garantir o acesso e a
permanência dos alunos na escola.
Se a educação é para todos há alguns
anos, como pode tantos adultos estarem analfabetos? Quais políticas públicas
têm sido criadas para mudar este cenário? Será justo esperar sempre demandas da
esfera federal para a tomada de decisão em relação a EJA? Os Municípios e
Estados não tem autonomia para organizar suas redes?!
Estes são alguns questionamentos que
deve suscitar em nós a responsabilidade diante deste problema. Não tenho a intenção de responsabilizar A ou
B, mas a todos em negar sua responsabilidade com esta modalidade de ensino.
A Educação de Jovens e Adultos pede
socorro há anos e muito pouco tem sido feito. Acredito que uma reformulação
profunda na sua estrutura precisa acontecer, como currículo, tempo, professor,
avaliação e espaço.
É importante enfatizar que a EJA tem
como um dos princípios ser reparadora, oportunizar aqueles que em tempo passado
não teve como estudar por diversas razões, procurando a escola agora com o
desejo ou necessidade de seguir nos estudos. Analisando a realidade que
aparecem em números em pesquisas realizadas no Brasil, fica fácil constatar que
estamos falhando, cada vez mais nos distanciando da tarefa de reparação.
Outro questionamento a ser feito é quem
são os alunos da EJA hoje?
Na sua maioria adolescentes. Isso
acende um alerta em relação a escola regular. Será se estamos na escola regular
garantindo processos de aprendizagens efetivos, especialmente uma avaliação
contínua e reflexiva? Esta é uma discussão que pretendo aprofundar em outro
momento.
A EJA na verdade precisa ser otimizada
numa outra perspectiva, rompendo com o modelo engessado de educação que temos a
tantos séculos. O mundo evoluiu, o homem hoje tem outras necessidades e a
escola precisa acompanhar esta evolução.
A evasão tão presente na EJA se dá pelo
estagnamento da educação frente as necessidades dos jovens e adultos do mundo
atual. A educação precisa de “ousadia”, as redes precisam se libertar mais do excesso
de burocracia e fazer de fato a EDUCAÇÃO ACONTECER.
Voltarei a falar da EJA, pois há muito
a ser discutido e refletido. Mais uma vez, estas são as minhas leituras
profissionais e humana ao longo dos anos que estou na educação. Em momento
algum quero colocá-las como verdades absolutas.
Muita paz para todos!
Ananda Lima
ananda.nandinha@hotmail.com
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