terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pensando a Educação de Jovens e Adultos

O Brasil têm em média 27% da população que não sabe ler e escrever. É um dado preocupante, especialmente porque grandes evoluções aconteceram em outras áreas da sociedade, e justamente a Educação onde deveria ter acesso aos primeiros mecanismos inovadores, como também uma atenção de investimentos e acompanhamentos preferências, ocorre justamente o contrário.

A exclusão de jovens e adultos do sistema educacional reafirma a incompetência da escola em garantir o acesso e a permanência dos alunos na escola.

Se a educação é para todos há alguns anos, como pode tantos adultos estarem analfabetos? Quais políticas públicas têm sido criadas para mudar este cenário? Será justo esperar sempre demandas da esfera federal para a tomada de decisão em relação a EJA? Os Municípios e Estados não tem autonomia para organizar suas redes?!

Estes são alguns questionamentos que deve suscitar em nós a responsabilidade diante deste problema.  Não tenho a intenção de responsabilizar A ou B, mas a todos em negar sua responsabilidade com esta modalidade de ensino.

A Educação de Jovens e Adultos pede socorro há anos e muito pouco tem sido feito. Acredito que uma reformulação profunda na sua estrutura precisa acontecer, como currículo, tempo, professor, avaliação e espaço.

É importante enfatizar que a EJA tem como um dos princípios ser reparadora, oportunizar aqueles que em tempo passado não teve como estudar por diversas razões, procurando a escola agora com o desejo ou necessidade de seguir nos estudos. Analisando a realidade que aparecem em números em pesquisas realizadas no Brasil, fica fácil constatar que estamos falhando, cada vez mais nos distanciando da tarefa de reparação.
Outro questionamento a ser feito é quem são os alunos da EJA hoje?

Na sua maioria adolescentes. Isso acende um alerta em relação a escola regular. Será se estamos na escola regular garantindo processos de aprendizagens efetivos, especialmente uma avaliação contínua e reflexiva? Esta é uma discussão que pretendo aprofundar em outro momento.

A EJA na verdade precisa ser otimizada numa outra perspectiva, rompendo com o modelo engessado de educação que temos a tantos séculos. O mundo evoluiu, o homem hoje tem outras necessidades e a escola precisa acompanhar esta evolução.

A evasão tão presente na EJA se dá pelo estagnamento da educação frente as necessidades dos jovens e adultos do mundo atual. A educação precisa de “ousadia”, as redes precisam se libertar mais do excesso de burocracia e fazer de fato a EDUCAÇÃO ACONTECER.

Voltarei a falar da EJA, pois há muito a ser discutido e refletido. Mais uma vez, estas são as minhas leituras profissionais e humana ao longo dos anos que estou na educação. Em momento algum quero colocá-las como verdades absolutas.

Muita paz para todos!

Ananda Lima
ananda.nandinha@hotmail.com


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