Os textos durante muito tempo foram
trabalhados nas escolas apenas com o enfoque de interpretação textual, muito
pouco se explorava o gênero. O estudo do caderno propiciou aos professores a
compreensão de que os gêneros textuais podem e devem ser o ponto de partida do
trabalho, tendo uma abordagem sobre o gênero, perpassando as diversas áreas do
conhecimento. Defende-se que se a escola investe no trabalho com gêneros
textuais estará facilitando apropriação do uso da língua.
A
formação foi muito relevante dentro do programa, visto que conforme
depoimentos, houve um redimensionamento da compreensão dos professores
alfabetizadores acerca dos gêneros, como também para a orientadora de estudo
que ampliou seu conhecimento sobre o textos e suas características. O encontro
se deu de maneira muito dinâmica, os professores constantemente eram convidados
a participar de uma atividade envolvendo algum gênero textual. A intenção era
levar o professor a conhecer mais profundamente o gênero trabalhado, percebendo
sua composição e características.
Os
textos do caderno foram escritos por Leila Nascimento da Silva, Adriana M. P.
da Silva, Ana Beatriz Gomes Carvalho, Francismar Martins Teixiera, Lourival
Pereira Pinto, que buscaram abordar os gêneros textuais pensando na seleção e
na progressão dos alunos, os gêneros e suas relações com as áreas do
conhecimento e alguns relatos de experiência no 3º ano. O estudo realizado
constata que é importante o trabalho progressivo e aprofundado com os gêneros orais e
escritos, indo de encontro com a postura adotada por boa parte das escolas, que
geralmente só favorece o estudo dos gêneros textuais escritos, dando pouca
importância aos gêneros orais. Esta concepção é defendida por Schneuwly e Dolz
e Bronckart.
Quando
foi feita esta abordagem, alguns professores se mostraram curiosos em entender
o que são gêneros textuais orais. Conforme foram feitas as leituras, discussões e oficina dos gêneros,
os professores se mostraram mais confiantes e tranquilos frente a temática
estudada.
O caderno
apresentou os direitos de aprendizagem de Ciências e Geografia. Mais uma vez, o
estudo destes direitos ficou prejudicado, visto a otimização do tempo para a
formação ser pequena.
Diferenciar gêneros de
tipos textuais foi outra necessidade percebida no formação, visto muitos
profissionais da educação confundi-los. Logo no início da formação foi
propiciado esta sistematização e muitos professores se mostraram surpresos no
momento da oficina, pois tinham se equivocado.
Para maior
sistematização da temática, foi disponibilizado tempo na formação para que os
professores planejassem aulas a partir de um gênero textual. Vários planos
foram realizados e trabalhos belíssimos se constituíram nas salas de aula.
Pode-se destacar algumas aulas realizadas em escolas diferentes. A Escola
Municipal Quininha de Melo desenvolveu aulas partindo do gênero parlenda. A
professora escreveu o texto no papel madeira que permaneceu na sala durante a
semana. Deste texto, além de explorar a leitura e interpretação, foi trabalhado
a produção textual. De acordo relato das professoras, o trabalho ficou mais
coeso.
A Escola Municipal Deputado
Juarez de Souza desenvolveu aulas com o gênero lenda e receita. Ao longo da
semana foi trabalhado o gênero lenda, com leitura, interpretação e análise
linguística. No percurso, foi apresentado aos alunos o gênero convite. A partir
da análise do mesmo, e que foi amplamente explorado pelas professoras, os
alunos tiveram que criar o seu. O trabalho ficou bem dinâmico, pois os alunos
tiveram a oportunidade de estudar dois gêneros textuais distintos.
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