Texto de Ananda Lima do curso de Atendimento Educacional Especializado da Universidade Federal de Uberlândia
Ao longo da história da humanidade as
pessoas com deficiências tinham tratamentos diferenciados. A família e a sociedade sempre apresentaram
serias dificuldades em lidar com as especificidades que permeia um deficiente.
É evidente, que houve evoluções, mas pequenas, frente o tamanho das
necessidades destas pessoas que em momentos diferentes da história foram
negados, negligenciados, esquecidos, vitimados pelo preconceito, pela
ignorância.
No período de exclusão social, as
crianças que nasciam com deficiência eram negadas pela família e pela
sociedade, chegando o ponto de serem exterminadas, pois para muitos era a
manifestação do demônio. Logo em
seguida, surge a segregação, que era o atendimento assistencialista realizado
por religiosos.
Em seguida temos outra fase para
diminuir a segregação dos deficientes, então estes passam a ser atendidos em
escolas especiais, criadas para este fim.
Por fim, surge o interesse de integrar os alunos deficientes em
ambientes antes voltados para os alunos tidos como “normais”.
Estas questões sinalizadas acima é a
nível mundial, quando falamos de Brasil, passa-se a ter um outro caráter, mais
lento na implementação de algumas diretrizes que favorecessem os deficientes.
Isso em decorrência que reflexões e acesso às novas informações acerca do tema
estava muito centrado aos meios acadêmicos, pouco sendo difundido socialmente.
O que define oficialmente o inicio da
história da Educação Especial no Brasil é a criação do Instituto dos Meninos
Cegos em 1854, e a fundação do Instituto dos Surdos-Mudos em 1857. Estas
instituições sem dúvida foi um marco para a Educação Especial no Brasil,
trouxeram um novo olhar sobre as pessoas com deficiências. Os atendimentos nesta época era voltado para
o médico-assistencialista ou médico-pedagógica.
Quanto à denominação de exclusão que
observamos que houve na história referente às pessoas com deficiência era o ato
de negar a existência destas pessoas na sociedade. Na atualidade, esta exclusão
se dar pelo processo de não inclusão destas pessoas nos mais diversos segmentos
da sociedade, como a escola, o trabalho, a religião e outros. Seria a negação dos direitos expressos em
diversos documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
Salamanca, Montreal e leis nacionais, como a LDB/96, decretos e resoluções.
A segregação hoje já não é tão forte
como no passado, acredito. Pois temos leis que expressam os encaminhamentos
devidos aos deficientes. Mas, talvez ela
ocorra de forma indireta, no sentido de que algumas instituições ofertem o
atendimento aos alunos com deficiência
focado mais nas questões assistencialistas que pedagógicas. As escolas,
algumas, talvez ainda desenvolvam um trabalho pouco focado no pedagógico, por
falta de conhecimentos metodológicos de como lidar com estes alunos.
A integração passa ocorrer mais
objetivamente em nossas escolas quando há a regulamentação de diversas leis
assegurando o direito de igualdade das pessoas deficientes com as “normais”. As
escolas em caráter de emergência passam a matricular alunos com deficiências
sem preparação alguma de seus profissionais. Os alunos, deste modo, passam a
integrar as salas de aulas, mas sem inclusão alguma ao processo de
aprendizagem.
Vemos nitidamente isto em nossas
salas de aulas, quando é desenvolvido algumas atividades e se há o professor de
apoio na sala, este é quem fica com o aluno a parte para a realização da
atividade, geralmente diferente do restante da turma. Isso expressa a falta de
inclusão, o aluno pode até ter um professor auxiliar para realização de algumas
atividades, mas quando esta atividade se difere das demais, sem interação
alguma com os demais colegas da sala, não podemos considerar isto inclusão, mas
sim a integração.
A inclusão por sua vez, tem ocupado
mais espaço na sociedade, espaços de discussões e reflexões sobre o tema, e a
busca de melhor incluir estas pessoas nos diversos segmentos da sociedade. A
formação de professores nos últimos anos intensificou-se, apesar da demora de
iniciar este processo, considerando que se fala de inclusão há alguns anos, por
tanto, pressupõem-se que estas formações deveriam estar sendo fomentadas há
mais tempo, especialmente nos cursos de graduação de diversas áreas.
Acredito
que falte para a inclusão efetiva de nossos alunos maior conscientização da
sociedade que deve ser iniciada nas escolas, ainda na Educação Infantil e assim
perpassar todas as modalidades de ensino, inclusive o Ensino Superior. Mas é
importante salientar que o professor neste contexto tem um papel de destaque,
alguns precisam se comprometer mais com as atividades profissionais que a cada
dia tem se distanciado da essência de seu papel de educador. Entendo, que políticas
públicas precisam ser efetivadas com maior rigor e menos burocracia, pois o
grande entrave de desenvolvimento educacional atualmente é a burocracia que
rege os órgão ligados à educação.
Vejo
que posso propiciar ao meu grupo de trabalho estudos a respeito do tema e
reflexões. Nestes momentos também podem ser feitas pesquisas e análises de como
melhorar a atuação da equipe da escola. Podemos ainda estabelecer dialogo mais
cordial e próximo com os pais de alunos com deficiências e também uma prática
mais rica metodologicamente às necessidades dos alunos, sejam eles deficientes
ou não.
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