domingo, 16 de fevereiro de 2014

Analisando a história da Educação Especial


Texto de Ananda Lima do curso de Atendimento Educacional Especializado da Universidade Federal de Uberlândia


Ao longo da história da humanidade as pessoas com deficiências tinham tratamentos diferenciados.  A família e a sociedade sempre apresentaram serias dificuldades em lidar com as especificidades que permeia um deficiente. É evidente, que houve evoluções, mas pequenas, frente o tamanho das necessidades destas pessoas que em momentos diferentes da história foram negados, negligenciados, esquecidos, vitimados pelo preconceito, pela ignorância.

No período de exclusão social, as crianças que nasciam com deficiência eram negadas pela família e pela sociedade, chegando o ponto de serem exterminadas, pois para muitos era a manifestação do demônio.  Logo em seguida, surge a segregação, que era o atendimento assistencialista realizado por religiosos.

Em seguida temos outra fase para diminuir a segregação dos deficientes, então estes passam a ser atendidos em escolas especiais, criadas para este fim.  Por fim, surge o interesse de integrar os alunos deficientes em ambientes antes voltados para os alunos tidos como “normais”.

Estas questões sinalizadas acima é a nível mundial, quando falamos de Brasil, passa-se a ter um outro caráter, mais lento na implementação de algumas diretrizes que favorecessem os deficientes. Isso em decorrência que reflexões e acesso às novas informações acerca do tema estava muito centrado aos meios acadêmicos, pouco sendo difundido socialmente.

O que define oficialmente o inicio da história da Educação Especial no Brasil é a criação do Instituto dos Meninos Cegos em 1854, e a fundação do Instituto dos Surdos-Mudos em 1857. Estas instituições sem dúvida foi um marco para a Educação Especial no Brasil, trouxeram um novo olhar sobre as pessoas com deficiências.  Os atendimentos nesta época era voltado para o médico-assistencialista ou médico-pedagógica.

Quanto à denominação de exclusão que observamos que houve na história referente às pessoas com deficiência era o ato de negar a existência destas pessoas na sociedade. Na atualidade, esta exclusão se dar pelo processo de não inclusão destas pessoas nos mais diversos segmentos da sociedade, como a escola, o trabalho, a religião e outros.  Seria a negação dos direitos expressos em diversos documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Salamanca, Montreal e leis nacionais, como a LDB/96, decretos e resoluções.

A segregação hoje já não é tão forte como no passado, acredito. Pois temos leis que expressam os encaminhamentos devidos aos deficientes. Mas, talvez  ela ocorra de forma indireta, no sentido de que algumas instituições ofertem o atendimento aos alunos com deficiência  focado mais nas questões assistencialistas que pedagógicas. As escolas, algumas, talvez ainda desenvolvam um trabalho pouco focado no pedagógico, por falta de conhecimentos metodológicos de como lidar com estes alunos.

A integração passa ocorrer mais objetivamente em nossas escolas quando há a regulamentação de diversas leis assegurando o direito de igualdade das pessoas deficientes com as “normais”. As escolas em caráter de emergência passam a matricular alunos com deficiências sem preparação alguma de seus profissionais. Os alunos, deste modo, passam a integrar as salas de aulas, mas sem inclusão alguma ao processo de aprendizagem.

Vemos nitidamente isto em nossas salas de aulas, quando é desenvolvido algumas atividades e se há o professor de apoio na sala, este é quem fica com o aluno a parte para a realização da atividade, geralmente diferente do restante da turma. Isso expressa a falta de inclusão, o aluno pode até ter um professor auxiliar para realização de algumas atividades, mas quando esta atividade se difere das demais, sem interação alguma com os demais colegas da sala, não podemos considerar isto inclusão, mas sim a integração.

A inclusão por sua vez, tem ocupado mais espaço na sociedade, espaços de discussões e reflexões sobre o tema, e a busca de melhor incluir estas pessoas nos diversos segmentos da sociedade. A formação de professores nos últimos anos intensificou-se, apesar da demora de iniciar este processo, considerando que se fala de inclusão há alguns anos, por tanto, pressupõem-se que estas formações deveriam estar sendo fomentadas há mais tempo, especialmente nos cursos de graduação  de diversas áreas.

   Acredito que falte para a inclusão efetiva de nossos alunos maior conscientização da sociedade que deve ser iniciada nas escolas, ainda na Educação Infantil e assim perpassar todas as modalidades de ensino, inclusive o Ensino Superior. Mas é importante salientar que o professor neste contexto tem um papel de destaque, alguns precisam se comprometer mais com as atividades profissionais que a cada dia tem se distanciado da essência de seu papel de educador. Entendo, que políticas públicas precisam ser efetivadas com maior rigor e menos burocracia, pois o grande entrave de desenvolvimento educacional atualmente é a burocracia que rege os órgão ligados à educação.

     Vejo que posso propiciar ao meu grupo de trabalho estudos a respeito do tema e reflexões. Nestes momentos também podem ser feitas pesquisas e análises de como melhorar a atuação da equipe da escola. Podemos ainda estabelecer dialogo mais cordial e próximo com os pais de alunos com deficiências e também uma prática mais rica metodologicamente às necessidades dos alunos, sejam eles deficientes ou não.


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