domingo, 16 de fevereiro de 2014

Deficiência Mental



Texto de Ananda Lima do curso de Atendimento Educacional Especializado pela Universidade Federal de Uberlândia

Em relação às mudanças ocorridas, ao longo da história, no modo da sociedade compreender atender o indivíduo com deficiência mental e a conceituação atual de deficiência mental




O texto tem uma riqueza de informações, a abordagem histórica traz elucidações bastante pertinentes acerca dos deficientes. Nos permite um pensar sobre a vida humana e sua evolução, as relações estabelecidas na sociedade, e especialmente, o deficiente mental, que como as demais deficiências é cercada de preconceitos. No entanto, o grau de preconceito em relação à deficiência mental é maior em relação às demais.
                Me chama atenção a abordagem que o texto faz logo no inicio em relação a deficiência mental, que esta deve ter vários aspectos a serem considerados, como a complexidade cultural, científica, econômica, ética e moral que o deficiente está imerso.
            A relação que a sociedade estabelece com estes deficientes ao longo da história é algo chocante, quando eles eram simplesmente eliminados como seres sem valor algum ou quando passam a ter atendimento assistencialista, muitas vezes sendo excluídos do convívio social e familiar.
            A inteligência é algo que está ligado ao intelecto, à mente, possivelmente seja esta a razão de que muitos pessoas se valem para afirmar que o deficiente mental é um ser incapaz, que nada pode produzir.
            Vimos no texto que estas pessoas podem criar outras alternativas, estimulando outros aspectos do conhecimento, vivenciando assim a inteligência, que seria uma ideia coerente, lógica. Distante do pensar de antigamente que consideravam a inteligência algo sobrenatural, que as crianças já nasciam com inteligência adulta... coisas absurdas que foram se criando ao longo dos tempos.
            O deficiente mental na verdade foge aos padrões sociais, as ideias já pré-existentes do que é certo ou errado. O homem por sua vez tem serias dificuldades em lidar com o diferente, com o que foge ao padrão determinado, sendo mais fácil excluí-los, isolando-os da vivência social.
            O isolamento propiciava a estas pessoas com deficiência mental estarem mais imersas na sua limitação, pois não eram estimuladas a vivenciarem outras situações, pelo contrário, estavam mais e mais sendo limitadas.
            Sabemos que as interações sociais nos propiciam construção de saberes, formulação de hipóteses e ideias, o ser cresce muito com as interações que estabelece ao longo da sua existência.
            Ao questionar algumas professoras sua concepção acerca da inteligência e deficiência mental chegamos à seguinte formulação: que a inteligência faz parte do ser racional, organização e criatividade das ideias; a deficiência mental é quando ocorre um déficit do raciocínio do ser.

Em relação às definições mais importantes de deficiência mental.


Podemos ver que ao longo dos anos AAIDD mudou a nomenclatura e forma de entender ou melhor dizendo, definindo o deficiente mental.  Observamos que o conceito foi sendo ampliado, tendo olhares mais amplos sobre o DM, desconsiderando alguns conceitos, como inatismo, passando considerar o interacionismo, papéis sociais, comportamento adaptativo, habilidades intelectuais, contexto e social.
Dessa forma há uma ampliação na compreensão do DM, procurando uma visão mais ampla acerca da deficiência e mais humana também, visto as dificuldades em lidar com o DM ser mais complexa em virtude dele fugir do que é considerado “normal” e a sociedade ter dificuldade de lidar com aquilo que foge aos seus padrões.

Em relação ao papel da escola na promoção do desenvolvimento do aluno com deficiência mental.
Acredito que a escola comum precisa se apropriar melhor das especificidades que permeia as deficiências, incluindo o DM para desenvolver um bom trabalho. Isto quer dizer investimento na formação dos professores, para que possa se apropriar de outros saberes, ampliar a visão do que é normal e anormal, mudar a estrutura das escolas, trazer realmente a comunidade para dentro da escola entre outras ações.
A escola precisa achar o caminho de mediar o saber com o aluno deficiente mental, de forma a garantir o êxito no processo de ensino e aprendizagem.

Em relação ao atendimento educacional especializado.

O professor que recebe um aluno DM tem que proceder de forma criteriosa para atendê-lo devidamente, isto quer dizer ter um olhar investigativo, perceber o aluno em si e nas interações no grupo, como saber também como é a vivencia em casa e em outros ambientes.
Este diagnóstico é muito importante, pois o professor poderá dimensionar suas ações e o campo de atuação. A relação família x escola é imprescindível que haja maior confiança e compartilhamento de ideias e posturas, pois é interesse de todos que o aluno cresça cognitivamente e no processo de aprendizagem.
Receber um aluno de 11 anos que ainda não está alfabetizado requer a busca de  estratégias para introduzi-lo no universo de leituras, seja de imagens ou textos. Partindo do diagnostico já feito, o professor deve conduzir seu trabalho de forma que o aluno se aproprie da leitura e escrita. É evidente que por questões cognitivas e até comportamental, o aluno venha responder aos estímulos de forma diferente, muitas vezes sendo mais lento do que o esperado ou sendo acelerado, o que não pode é o professor fechar uma ideia, sendo que a mesma pode ser alterada no percurso.
Alunos DM são sujeitos com plenas condições de aprendizagens, os caminhos a serem percorridos é que requer cuidados, atenção e modificações ocasionalmente.

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