Pensar numa sala de aula com 30, 35, 40 alunos é colocar em risco a aprendizagem destes alunos.
O professor por melhor que seja, independente do ano de atuação, não terá condições alguma de fazer um acompanhamento pontual da evolução ou dificuldade apresentada por estes alunos.
Sabemos que vários elementos contribuem para a aprendizagem do aluno, como a organização pedagógica, currículo, recursos tecnológicos e pedagógicos, mas o imprescindível é o PROFESSOR, é ele o grande articulador entre todos estes elementos, o conhecimento cientifico e o aluno. Como uma única pessoa pode acompanhar devidamente os alunos, inferir sobre o processo de aprendizagem destes, se são tantos?!
Precisamos ter clareza que educação queremos construir para a sociedade atual. Não adianta querer gerar números que denotam economia na educação, sem refletir a que custo se está fazendo isto.
Aglomerar alunos em salas, sem estrutura minima, como tamanhos, ventilação, mobiliário impróprio é reforçar o fracasso escolar.
Muitas Secretarias de Educação alega que a legislação nacional prevê quantidade minima e máxima para composição das turmas. Tendo algumas, optado por trabalhar com o número máximo. É importante lembrar que o município tem autonomia para gerir, dar os encaminhamentos conforme suas especificidades. Neste sentido, é no minimo contraditório que o município não zele pela qualidade do seu trabalho, sendo que este, deveria ser o mais interessado pelo sucesso das aprendizagens, a produção de conhecimento acontecido no interior de cada escola, refletindo em toda a rede.
Por isso, na minha visão de educadora que tem leitura e prática com a sala de aula, defendo que:
- Classes de Educação Infantil com apenas 10 alunos;
- Ciclo de Alfabetização com 15 alunos;
- Ciclo Complementar com 20 alunos;
- Ensino Fundamental II com 25 alunos;
- Ensino Médio com 25 alunos.
Sabemos que muitos municípios brasileiros tem enfrentado o problema de professores excedentes em suas redes, visto que há diminuição significativa de alunos nas escolas. Então, não há justificativa para não compor turmas com tamanhos menores e garantindo a todos maior tranquilidade durante o ano letivo.
Aqueles municípios que não tem problema de excedência e necessita ampliar carga horária de professores ou contratação que o faça, não há problema algum nisso, o que não pode é negar educação de qualidade aos alunos ao preço de "massacrar" o professor em sala de aula.
Quando não há escolas, salas de aula para garantir a diminuição de alunos por turma, significa dizer que o município não tem gerido bem a sua educação, não trabalha com planejamento, com estudo. Que construa, que amplie escolas, mas é necessário que ocorra o movimento de mudança, de busca de qualidade, primando pelo progresso do município.
É importante enfatizar que o diretor escolar também cabe usar o bom senso na composição das turmas. É sabido que muitos diretores têm em mente: "quanto mais melhor!". É preciso romper com este pensamento, pois o bom gestor precisa primar pela qualidade do trabalho que a escola que ele está a frente desenvolve.
Educação precisa ser assumida com seriedade. Esta seriedade não cabe apenas ao professor, mas a todos os envolvidos direta e indiretamente, inclusive das famílias que se mostram muito resignadas e alheias à educação que seus filhos tem, muitas vezes cobrando apenas dos professores uma qualidade que perpassa por muitos responsáveis.
O fato é: cada um tem que fazer o seu papel, no sentido de primar sempre pelo aluno. Tudo que envolve a EDUCAÇÃO existe pelo e para o ALUNO.
Muita paz a todos!
Ananda Lima
ananda.nandinha@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário