As pessoas estão perdendo a habilidade de dialogar
e de conhecer o outro. Elas ouvem, mas não escutam; falam, mas não se deixam
conhecer; esbarram-se, mas não se veem; e uma multidão caminha solitariamente
em direção a lugar nenhum. Conviver é uma arte tão sutil quanto a música, a
literatura, a pintura ou o teatro e que poucos aprenderam a dominar.
Infelizmente, nas escolas, não há disciplinas que ensinam a nos relacionar.
A dificuldade de entrar no mundo alheio está
criando uma geração de pessoas impacientes e distantes. Ao perdermos a
generosidade de respeitar diferentes pontos de vista, transformamos os
casamentos e os negócios em verdadeiros campos de batalha, em que o outro passa
a ser o inimigo.
Todas as vezes que ocorre um massacre numa escola
dos Estados Unidos, os jornalistas norte-americanos ficam entrevistando
psicólogos e educadores sobre as causas da violência entre os estudantes. É
simples: esse é o modelo da economia e da política norte-americana. Os líderes
são tomados como exemplo, mesmo quando não percebem isso. Quando bombardeiam
para impor seus pontos de vista, ensinam os jovens a fazer o mesmo com os
colegas.
Quando o presidente norte-americano anda com uma
mala que pode enviar mísseis nucleares para qualquer ponto do planeta, está
ensinando a juventude a andar armada. Seus filmes de sucesso, com armas e
assassinatos em profusão, exportam um modelo de violência e de falta de
respeito ao outro. Os Estados Unidos falam muito de paz, mas são o povo que
mais cria guerras e ganha dinheiro com elas.
A competição é excitante no esporte, em que há
ética e respeito por um objetivo e, no final da partida, trocam-se as camisetas
numa homenagem ao adversário. Porém, a competição selvagem, em que os valores
humanos são destruídos, só vai terminar quando aprendermos a conviver, a
aceitar e a admirar a diversidade.
Resolução de conflitos
Os conflitos ocorrem quando duas ou mais pessoas
têm pontos de vistas diferentes sobre o mesmo assunto.
O melhor a fazer, nesse caso, é tentar resolver o
problema antes que ele adquira proporções maiores. Os conflitos têm de ser
enfrentados diretamente e, dependendo da gravidade da situação, é necessário um
tempo para cicatrizar as feridas. A sequência da resolução de um conflito
descrita a seguir vai ajudá-lo nessa tarefa:
• Estabelecimento de diálogo. Nessas situações,
geralmente a conversa fica travada. A primeira atitude é procurar uma forma de
restabelecer a comunicação.
• Definição dos motivos de divergências. Quando se
define de imediato qual o ponto em discussão, os motivos exatos das
divergências, fica mais fácil encontrar uma solução que agrade a todos.
• Compreensão das razões do outro. Tenha paciência
para ouvir o desabafo do outro. O ideal é conseguir escutar e procurar não
julgar a opinião alheia.
• Interpretação do que cada um realmente deseja
extrair do conflito. Nesse momento, os dois devem expor seus objetivos e suas
preocupações até que apareça uma opção que agrade a ambos.
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