A apropriação do Sistema de Escrita Alfabética é o
grande desafio para o ciclo de alfabetização. Constata-se que os alunos do
último ano do ciclo ainda não se apropriaram das aprendizagens necessárias ao
ciclo para que possam avançar para os anos seguintes.
O estudo do caderno III veio possibilitar a compreensão
acerca do SEA. As autoras Ana Catarina dos Santos Pereira Cabral e Ana Cláudia
Rodrigues Gonçalves Pessoa fizeram uma abordagem clara e objetiva acerca da
consolidação da correspondência letra-som no 3º ano e o ensino da ortografia,
facilitando o entendimento dos professores. No encontro de formação foi
propiciado aos cursistas o aprofundamento sobre o SEA, visto que muitos não
tinham conhecimento sobre consciência fonológica. Para maior sustentação deste
estudo, foram utilizados os cadernos dos anos 1, 2 e multisseriados.
Os
vídeos do CELL e do programa Salto para o Futuro foram de grande valia para
vislumbramento dos professores em relação ao SEA, de como proceder no processo
de alfabetização. A preocupação dos Orientadores de Estudo era de possibilitar
aos cursistas não apenas o conhecimento teórico, mas situações que pudessem ser
vivenciadas nas escolas.
O
encontro foi muito produtivo, as professoras alfabetizadoras se mostraram mais
envolvidas com as discussões e participação no encontro. A temática estudada
despertou muito interesse dos professores em razão das turmas do 3º ano do
Ensino Fundamental da rede não estarem realmente correspondendo ao nível de
aprendizagem do ano estudado. Os alunos estavam em níveis de escrita diversos:
pré-silábico, silábico, silábico alfabético, estando poucos no alfabético.
A compreensão
das especificidades de cada nível se faz necessário por parte dos professores,
considerando que estratégias precisam ser criadas para garantir o avanço destes
alunos e assim contemplar os direitos de aprendizagem estudado no caderno I.
O poema
de Cecília Meireles, a linguagem do NHEM foi o ponto de partida das atividades
do dia, foi utilizada como leitura deleite.
A linguagem do NHEM
Havia
uma velhinha
que
andava aborrecida
pois
dava a sua vida
para
falar com alguém.
E
estava sempre em casa
a boa
velhinha
resmungando
sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..
Na
socialização da atividade de casa ficou evidenciado que o currículo municipal
tem alguns pontos em convergência com os direitos de aprendizagem, mas existem
algumas necessidades de ajustes e adequações, especialmente o dossiê que
engessa o trabalho do professor, impedindo-o de adequações com salas
heterogêneas.
O
momento do vídeo “Causo” trouxe aos professores muita emoção e uma reflexão
mais profunda acerca da ausência da leitura e da escrita na vida das pessoas.
A
abordagem sobre a psicogênese da escrita oportunizou aos professores maior
entendimento acerca dos níveis da escrita e como elas se constituem. Essa
compreensão se faz necessário para subsidiar a ação do professor, organizar seu
planejamento, tendo em vista que ele assim conseguirá diagnosticar os níveis em
que as crianças se encontram e podendo direcionar as atividades e a condução de
trabalho contemplando as reais necessidades.
Foi
propiciado aos professores momento de análise da escrita de algumas crianças,
dessa maneira possibilitando atividade prática, vivenciando
o que possivelmente irão viver em sala de aula, facilitando a compreensão sobre o tema estudado. O estudo
dos textos do caderno III foi viabilizado em grupos para que se consolidassem
os saberes em percurso.
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