O JOGO
Os
jogos sempre constituíram uma forma de atividade própria do ser humano desde as
épocas mais remotas, assumindo ao longo da história, diversos significados e
tomando diferentes definições, sejam elas antropológicas, culturais ou
educacionais.
Na
visão antropológica, o jogo não toma forma de comportamento ou experiência
observável, mas de uma idéia, uma relação estabelecida a partir das injunções
do meio. Huizinga (2001) considera o jogo como elemento da cultura. Para o
autor é no divertimento do jogo, que resiste toda a análise e interpretações
lógicas.
O
jogo, então, passaria a ser uma evasão da vida real para uma esfera paralela de
atividades com orientação própria. Huizinga (2001) estabelece algumas características
para o jogo, dentre as quais destacamos três. A primeira destas características
postula que o jogo é livre, é atividade voluntária na medida em que pode ser
uma função absolutamente dispensável (diferentemente do ato de comer, dormir, etc.),
sendo praticada geralmente nas horas vagas, e que, quando colocado como
atividade imposta ou obrigatória, perde o seu caráter lúdico, prazeroso.
Uma
outra característica, e que se relaciona com a anterior, é o fato de o jogo não
ser "vida real", já que funciona como escape da vida cotidiana para um mundo
imaginário ou paralelo ao real. Acerca desta qualidade do jogo, Huizinga (2001,
p.11) chega a dizer que "todo jogo é capaz, a qualquer momento, de absorver
inteiramente o jogador".
A
terceira característica abordada é a capacidade de o jogo criar ordem e de ele
próprio ser ordem, sendo esta, uma de suas principais, uma vez que o jogo "introduz
na confusão da vida e na imperfeição do mundo uma perfeição temporária e
limitada e exige uma ordem suprema e absoluta: a menor desobediência a esta ‘estraga
o jogo', privando-o de seu caráter próprio e de todo e qualquer valor."
(HUIZINGA, 2001, p. 13). E essa ordem apresenta-se em forma de regras, sendo
estas indispensáveis para a manutenção da "realidade efêmera" do jogo. São
elas, as regras, que também determinarão o que vale ou não dentro dessa
realidade.
A
definição educacional dos jogos é permeada de divergências que estão
relacionadas à presença de duas funções: uma função lúdica, o jogo
propicia a diversão, o prazer e até o desprazer quando escolhido
voluntariamente e uma função educativa, onde o jogo ensina qualquer
coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão
do mundo. A aspiração do jogo educativo é o equilíbrio entre essas duas
funções.
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