domingo, 29 de julho de 2012

Novas formas de aprender - parte I

O JOGO
Os jogos sempre constituíram uma forma de atividade própria do ser humano desde as épocas mais remotas, assumindo ao longo da história, diversos significados e tomando diferentes definições, sejam elas antropológicas, culturais ou educacionais.
Na visão antropológica, o jogo não toma forma de comportamento ou experiência observável, mas de uma idéia, uma relação estabelecida a partir das injunções do meio. Huizinga (2001) considera o jogo como elemento da cultura. Para o autor é no divertimento do jogo, que resiste toda a análise e interpretações lógicas.
O jogo, então, passaria a ser uma evasão da vida real para uma esfera paralela de atividades com orientação própria. Huizinga (2001) estabelece algumas características para o jogo, dentre as quais destacamos três. A primeira destas características postula que o jogo é livre, é atividade voluntária na medida em que pode ser uma função absolutamente dispensável (diferentemente do ato de comer, dormir, etc.), sendo praticada geralmente nas horas vagas, e que, quando colocado como atividade imposta ou obrigatória, perde o seu caráter lúdico, prazeroso.
Uma outra característica, e que se relaciona com a anterior, é o fato de o jogo não ser "vida real", já que funciona como escape da vida cotidiana para um mundo imaginário ou paralelo ao real. Acerca desta qualidade do jogo, Huizinga (2001, p.11) chega a dizer que "todo jogo é capaz, a qualquer momento, de absorver inteiramente o jogador".
A terceira característica abordada é a capacidade de o jogo criar ordem e de ele próprio ser ordem, sendo esta, uma de suas principais, uma vez que o jogo "introduz na confusão da vida e na imperfeição do mundo uma perfeição temporária e limitada e exige uma ordem suprema e absoluta: a menor desobediência a esta ‘estraga o jogo', privando-o de seu caráter próprio e de todo e qualquer valor." (HUIZINGA, 2001, p. 13). E essa ordem apresenta-se em forma de regras, sendo estas indispensáveis para a manutenção da "realidade efêmera" do jogo. São elas, as regras, que também determinarão o que vale ou não dentro dessa realidade.
A definição educacional dos jogos é permeada de divergências que estão relacionadas à presença de duas funções: uma função lúdica, o jogo propicia a diversão, o prazer e até o desprazer quando escolhido voluntariamente e uma função educativa, onde o jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. A aspiração do jogo educativo é o equilíbrio entre essas duas funções.


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