segunda-feira, 9 de maio de 2016

Família & Escola

Creio que todas as escolas desejem desenvolver um trabalho em parceria com a família. Se isto não ocorre, o trabalho passa a ser isolado ou até mesmo conflituoso.

A criança passa normalmente quatro horas na escola, as demais horas do dia, está em família ou outros ambientes de escolha da mesma.

É importante que a escola internalize que não teremos mais o formato tradicional de família, raras exceções. Normalmente as família vêem com outras composições, como avós, tios, mães solteiras ou separadas, pais solteiros ou separados, madrastas ou padrastos... mesmo as famílias tradicionais com pai, mãe e irmãos, hoje boa parte das mães tem outras ocupações além de cuidar dos filhos, marido e casa. Sendo assim, não temos mais aquela mãe que ficava em casa em função da família. Esta mãe hoje trabalha, desenvolve outras atividades além do lar. 

Com esta nova dinâmica, temos evidentemente consequências para isto. Esta mulher já não consegue mais acompanhar tão de perto a organização familiar e sua dinâmica, muitas vezes compartilha com a avó ou companheiro esta função. 

Neste cenário, estão os nossos alunos, crianças e adolescentes, ansiosos por serem compreendidos e aceitos quanto as suas expectativas, que em muitos casos fogem do "tradicional". A escola, neste sentido, precisa aparecer como um eixo, um norte para as emoções e situações surgidas.

Mas o que de fato acontece?! A escola estacionou no conceito tradicional de família e espera até os dias atuais que esta família ressurja para se apropriar de seus filhos.

Há nesta expectativa uma grande perda de tempo. A família não voltará ao que era antes. Nós enquanto escola precisamos avançar neste conceito e lidar com a realidade que aí se encontra.

Trazer a família para próximo do processo de aprendizagem é criar mecanismos de dialogo permanente, é promover ações formativas para estes pais, superando aquelas reuniões a base de relatórios ou entrega de resultados, apenas.

Se queremos que os pais, a família seja participativa, é importante empoderar este sujeito, fazendo-o sentir pertencente ao processo. Isso só se dará com processos formativos, diálogos permanentes e conquista da confiança.

Por outro lado, as famílias mesmo com todas as mudanças ocorridas socialmente em seu interior, não pode se eximir da responsabilidade que tem com os seus filhos. Precisa ter um despertar de todos para garantir o bem estar de seus filhos, dos nossos alunos.

Outros aspecto importante a ser considerado é o papel de cada um. A escola é a instituição formal pela aprendizagem, a família pela educação moral. Assim, cabe a escola oportunizar aos seus alunos mecanismos que garantam a apropriação do currículo formal, à família a educação das emoções, da moral, do limite.

Em muitos momentos uma competência imbrica na outra, por isso a necessidade de aproximação, de dialogo contínuo. A escola deseja a família para organizar o tempo de seus filhos, dinamizar uma rotina de estudo sem perder a sua infância.

Está evidente que família e escola precisam andar juntas, estreitar as relações a base da confiança e respeito.


 Abraços fraternos,

Ananda Lima
ananda.nandinha@hotmail.com

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