A criança passa normalmente quatro horas
na escola, as demais horas do dia, está em família ou outros ambientes de
escolha da mesma.
É importante que a escola internalize que
não teremos mais o formato tradicional de família, raras exceções. Normalmente
as família vêem com outras composições, como avós, tios, mães solteiras ou
separadas, pais solteiros ou separados, madrastas ou padrastos... mesmo as
famílias tradicionais com pai, mãe e irmãos, hoje boa parte das mães tem outras
ocupações além de cuidar dos filhos, marido e casa. Sendo assim, não temos mais
aquela mãe que ficava em casa em função da família. Esta mãe hoje trabalha,
desenvolve outras atividades além do lar.
Com esta nova dinâmica, temos
evidentemente consequências para isto. Esta mulher já não consegue mais
acompanhar tão de perto a organização familiar e sua dinâmica, muitas vezes
compartilha com a avó ou companheiro esta função.
Neste cenário, estão os nossos alunos,
crianças e adolescentes, ansiosos por serem compreendidos e aceitos quanto as
suas expectativas, que em muitos casos fogem do "tradicional". A
escola, neste sentido, precisa aparecer como um eixo, um norte para as emoções
e situações surgidas.
Mas o que de fato acontece?! A escola
estacionou no conceito tradicional de família e espera até os dias atuais que
esta família ressurja para se apropriar de seus filhos.
Há nesta expectativa uma grande perda de
tempo. A família não voltará ao que era antes. Nós enquanto escola precisamos
avançar neste conceito e lidar com a realidade que aí se encontra.
Trazer a família para próximo do processo
de aprendizagem é criar mecanismos de dialogo permanente, é promover ações formativas
para estes pais, superando aquelas reuniões a base de relatórios ou entrega de
resultados, apenas.
Se queremos que os pais, a família seja
participativa, é importante empoderar este sujeito, fazendo-o sentir pertencente ao processo. Isso só se dará com processos formativos, diálogos permanentes e
conquista da confiança.
Por outro lado, as famílias mesmo com
todas as mudanças ocorridas socialmente em seu interior, não pode se eximir da
responsabilidade que tem com os seus filhos. Precisa ter um despertar de todos
para garantir o bem estar de seus filhos, dos nossos alunos.
Outros aspecto importante a ser
considerado é o papel de cada um. A escola é a instituição formal pela
aprendizagem, a família pela educação moral. Assim, cabe a escola oportunizar
aos seus alunos mecanismos que garantam a apropriação do currículo formal, à
família a educação das emoções, da moral, do limite.
Em muitos momentos uma competência imbrica
na outra, por isso a necessidade de aproximação, de dialogo contínuo. A escola
deseja a família para organizar o tempo de seus filhos, dinamizar uma rotina de
estudo sem perder a sua infância.
Está evidente que família e escola
precisam andar juntas, estreitar as relações a base da confiança e respeito.
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