quarta-feira, 2 de março de 2016

Conhecer para direcionar - Diagnóstico


É difícil direcionar ações sobre algo que não conhecemos. Por isso o diagnóstico é tão importante no ambiente escolar. A avaliação diagnóstica tem como caráter dar aos profissionais conhecimento da aprendizagem dos alunos. Assim, ela é o ponto de partida.


Se ela é o ponto de partida, deve ser feita sempre no inicio.  Estamos iniciando o ano letivo, já na primeira semana deve ser feito o diagnóstico de todas as turmas. Se é a introdução de um novo conteúdo ou projeto, o diagnóstico precisa ser feito de imediato. Pois, será o resultado dele que desencadeará as outras ações.



Outro ponto a ser discutido é que esta ferramenta de trabalho não deve ser objeto de trabalho apenas do professor, o coordenador pedagógico também precisa ter acesso a ele. É imperioso destacar que é comum os professores ficarem no isolamento de suas salas de aulas com os conflitos da aprendizagem. O coordenador pedagógico precisa acompanhar de perto do trabalho dos professores, inclusive analisando juntamente com ele os diagnósticos de sua turma e buscando caminhos, traçando metas para a turma.

Neste contexto, preciso levantar os seguintes questionamentos: o que entendemos por formação continuada?! Analisar, discutir, refletir sobre os diagnósticos da turma não seria um momento de estudo, de aprofundamento das especificidades da aprendizagem?!

Nos últimos anos estes diagnóstico teve maior relevância devido à formação do PNAIC para o ciclo de alfabetização. Contudo, o diagnóstico deve ser utilizado por todos anos de escolaridade e áreas do conhecimento. É evidente que há casos em que o diagnóstico precisa de registro do aluno, mas há situações que este diagnóstico pode se dar apenas pela observação do professor. Mas, nestes casos o professor precisa registrar imediatamente para não perder elementos importantes da sua observação.

No ciclo de alfabetização é necessário seguir algumas orientações pontuais para ter um diagnóstico correto. Segue algumas orientações:

PASSO 01: A atividade dever ser realizada individualmente.
 
PASSO 02: A atividade deve ser feita numa folha de sulfite
 
PASSO 03: O professor deverá pedir ao aluno para escrever o seu nome e em seguida ditar uma lista de 04 palavras: polissílaba, trissílaba, dissílaba e monossílaba. Iniciar sempre na polissílaba para a monossílaba (ordem decrescente).
 
PASSO 04: Sugestão para esta atividade: BORBOLETA, CAVALO, PATO, RÃ.
 
PASSO 05: Após o ditado das quatro palavras, deve-se ditar uma frase em que apareça uma das palavras ditadas: EX: A RÃ PULOU NO RIO.
 
PASSO 06: As palavras devem ser escritas uma embaixo da outra.
 
PASSO 07: Não soletrar, não silabar (não escandir as palavras).
 
PASSO 08: Ditar cada palavra, pedindo a leitura imediata a cada uma delas (anotar marcas de leitura).
 
PASSO 09: Após a realização da atividade, analisar as escritas procurando identificar o nível da criança e registrar em ficha.
 
DICA
Pode ocorrer de algum aluno dizer que não sabe escrever, o professor deve encorajá-lo a escrever como acha que pode ser escrito, deixar claro para a criança que se trata de uma atividade para saber como ela pensa que se escreve, não é uma tarefa que você vai dar o parecer de certo ou errado. É importante também, não apresentar a escrita convencional como modelo (não se trata de uma atividade de cópia ou de memorização).

Vou postar depois algumas sugestões de atividades diagnóstica para o ciclo de alfabetização. Ano passado em um dos municípios que trabalho fizemos uma avaliação diagnóstica na rede. De posse dos resultados, o setor da Alfabetização na Idade Certa convidou as escolas para uma reflexão dos resultados e juntamente traçamos metas. Isso aconteceu por escola, individualmente com diretor e coordenador pedagógico e os mesmos faziam o direcionamento com os professores. Nos preocupamos em não tornar público os resultados das escolas, porque a intenção era ajudar a escola avançar em suas dificuldades e não criar situações de constrangimento ou ranqueamento no município.

O mesmo podemos fazer em nossa escola, como gestor, coordenador ou professor. Fazer o diagnóstico e trata-lo como um elemento de trabalho, de maneira ética e responsável.



Abraços fraternos,

Ananda Lima



 

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