Nem sempre o tradicional cartaz tem eficiência, por isso ir atrás dos possíveis alunos é uma maneira de formar uma nova sala de aula, como diz Sonia Giubilei, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação de Jovens e Adultos ( GEPEJA ) “...visitá-los, conhecer a realidade em que vivem e conversar é a melhor forma de chamá-los para estudar.”
Na população com 15 anos ou mais. Fonte PNAD 2008 |
Faça um levantamento dos analfabetos das proximidades e vá ao seu encontro.
Dessa forma o índice de analfabetismo poderá diminuir no Brasil.
2. CRIAR HORÁRIOS DE AULAS PARA ATENDER TODOS OS PÚBLICOS
Como a EJA atende vários públicos é importante que aja disponibilidade de horários, facilitando assim o acesso aos estudos, tanto daqueles que trabalham, quanto daqueles que tem o dia livre, mas prefere estudar pela manhã ou tarde.
Conforme o público é necessário ter horários flexíveis para que não atrapalhe o dia-a-dia do aluno, estimulando assim a sua permanência em sala de aula.
No Brasil predomina o turno noturno, que contempla mais os trabalhadores.
3. INVESTIR EM FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA
Para que exista uma boa qualidade de ensino na EJA é fundamental investir na formação dos professores, hoje, apenas 1,5% do currículo do ensino superior aborda o tema EJA na formação do professor.
Deve-se investir na valorização desse profissional, para que ele sinta-se importante, passando a se dedicar mais e procurando uma pós-graduação, capacitando-se mais para dar uma aula cada vez melhor, Vera Masagão Ribeiro, coordenadora da ONG Ação Educativa, na capital paulista, diz “muitos professores encaram a EJA como uma forma de bico. É preciso resolver essas questões estruturais para o segmento se profissionalizar.”
4. COMBATER OS ALTOS ÍNDICES DE EVASÃO DA EJA
A escola deve permitir que o aluno concilie os estudos com o trabalho e os serviços domésticos, existem também os alunos que já estudaram e por algum motivo pararam, esses devem ter uma atenção especial.
Quando o aluno faltar o professor deve visitá-lo, ligar no dia seguinte e saber o motivo, procurar uma forma do aluno não perder o conteúdo dado em sala de aula para que ele não desanime e acabe desistindo dos estudos.
5, OFERECER MATERIAIS DIDÁTICOS ESPECÍFICOS PARA A EJA
Os materiais didáticos e a metodologia de ensino precisam tratar daquilo que interessa ao aluno e faz parte do seu universo.
6. AUMENTAR OS RECURSOS PARA EJA
O Governo Federal, Estadual e o Municipal devem se unir e investir financeiramente na EJA, proporcionando ambiente adequado, com móveis, cantina, horários, professores que irá atender as necessidades de jovens e adultos, incentivando dessa forma a permanência desse aluno em sala de aula.
Segundo Vera Masagão Ribeiro “ a EJA, no Brasil, ainda está à mercê dos horários de funcionamento das Escolas da Educação Básica. Não se oferecem vários turnos justamente porque os horários já estão tomados pelo ensino regular. Além disso, é comum os adultos estudarem em salas com temáticas e materiais infantis dispostos nas paredes.”
7. TRABALHAR A INCLUSÃO PARA JOVENS E ADULTOS
Os professores devem ser flexíveis e adaptarem o currículo para receber os alunos especiais, levando em conta sua capacidade de aprendizagem e procurando formas para o aluno recuperar o conteúdo que por acaso venha perder, já que algumas vezes precisam faltar por compromissos médicos.
O acesso a escola está garantido por lei, é um direito do cidadão, mas infelizmente vemos que isso não é uma realidade dos brasileiros, onde infelizmente, muitos deles precisam deixar a escola ou nem tem acesso aos estudos, alguns deixam por motivos financeiros, outros não tem acesso, pois estão em locais de difícil acesso e outros motivos.
Anos depois, eles resolvem voltar aos estudos para poder melhorar sua condição de vida, ou mesmo pelo prazer de poder ler e escrever o seu próprio nome, aí começa uma nova luta, como manter-se firme na escola, com os novos desafios.
É fundamental que todos, professores, alunos e Governo se unam para buscar melhores formas de alcançar esses jovens e adultos, para que os mesmos permaneçam na escola e não desistam diante das novas dificuldades, como distância, horário, materiais inadequados, professores sem capacitação profissional adequada.
Ainda há muito por fazer na Educação de Jovens e Adultos, muito se pode fazer, mas é necessário que o Governo realmente invista nesse grupo, para que possamos ter cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.
Matéria: Ana Rita Martins, Revista Nova Escola, Setembro/2010, Ano XXV nº 235.
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